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Aprimorar a entrega de valor e assegurar vantagem competitiva das empresas são as principais expectativas da área de compras para 2024

Daniel A. Failla

Implementar ações cada vez mais sofisticadas é a chave para que o setor alcance um portfólio mais completo de atuação.

A atuação dos profissionais de Procurement – departamento de compras das empresas – tem evoluído de uma abordagem tradicionalmente operacional para um enfoque que visa contribuir para a criação de maior valor e otimização de recursos nas empresas. Essa mudança é impulsionada pela adoção de novas soluções com inovações tecnológicas e investimentos no desenvolvimento das equipes, capacitando-as a incorporar uma perspectiva mais estratégica. À medida que as cadeias de suprimentos se tornam mais complexas e a economia global enfrenta desafios, como a alta inflação, novos fatores surgem, causando rupturas antes inimagináveis para esse setor. Assim, a eficiência operacional, um maior comprometimento com práticas ESG (Ambiental, Social e Governança), a transformação digital e a redução de custos tornam-se imperativas para o avanço da área, ressaltando a necessidade de equilibrar o foco tradicional na redução de custos com outras demandas emergentes.


Os times são impactados pela volatilidade nos preços das commodities, as oscilações de mercado – mesmo após o período pandêmico – e as crescentes demandas por práticas ESG, que se tornam cada vez mais tangíveis e mensuráveis. Essa conjuntura resulta em uma reavaliação e valorização do papel desempenhado pela área de Compras. Essas novas variáveis do ambiente de negócios fizeram com que o atendimento às expectativas dos stakeholders e clientes internos fosse impactado negativamente. Com a área jurídica, no entanto, as relações de Compras melhoraram, pois referidas variáveis resultaram em aumento da complexidade das relações com fornecedores, criando a necessidade de um trabalho mais integrado entre as áreas visando a incorporação de elementos de proteção ao risco de rupturas de abastecimento por parte dos fornecedores, bem como dos requisitos de ESG.


De acordo com o estudo “Orquestradores de Valor: Global CPO Survey 2023” da Deloitte, a área de Compras viu uma redução na sua eficácia como parceiro estratégico de negócios em várias áreas, incluindo Finanças (2%), Manufatura/Operações (10%), Recursos Humanos (2%), Vendas e Marketing (10%), Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) (11%) e Impostos (11%) quando comparada com a mesma pesquisa em 2021. Por outro lado, os indicadores de gerenciamento de riscos e de sustentabilidade foram os que conseguiram atingir suas metas em grande parte das organizações, ambos apresentando um aumento de 6% no alcance de seus resultados. O estudo revela ainda que 45% dos entrevistados compreendem que a área de Compras tem uma probabilidade superior de ser considerada uma excelente parceira de negócio. Um aspecto relevante é o fato do C-Level (executivos de alto escalão) oferecer um suporte 30% maior em relação a investimentos na área e incentivar um envolvimento médio de 54% mais ativo de Compras nas tomadas de decisões corporativas.


Para alcançar um portfólio mais completo de atuação, é essencial a implementação de ações cada vez mais sofisticadas, como a expansão da colaboração com fornecedores e o aprimoramento da gestão de demanda e complexidade dos contratos. Além disso, a criação de valor e vantagem competitiva passa pela busca por uma automação e maior gestão analítica para construir operações de compras mais ágeis, escaláveis e robustas, que envolvem proativamente os stakeholders e fornecedores.


Diante disso, os profissionais nutrem expectativas para o ano de 2024 em relação à área, concentradas em tecnologia, gestão de demanda interna, governança, fortalecimento das relações com fornecedores e integração com o meio acadêmico. Essas expectativas têm o potencial de ampliar a entrega de valor e assegurar a vantagem das empresas no mercado. Entre elas, destaca-se a busca por uma implementação mais aprofundada de tecnologias, como, por exemplo, ferramentas e metodologias mais eficientes, que vão além dos sistemas básicos de compras e gestão de contratos, incluindo Inteligência Artificial (IA) acoplada para aumentar a produtividade e simplificar processos.


Quanto à gestão, espera-se a busca por parceiros de negócio que consigam lidar com o grande volume de demandas em Compras e no Jurídico, pois essas abrangem cada vez mais requisitos de ESG, Compliance e aprimoramento da experiência nas relações entre esses dois setores. Os executivos também almejam uma gestão mais precisa e eficiência global por meio da integração analítica e proativa entre Compras e Jurídico, com maior centralização de recursos e padronização de políticas e procedimentos. Isso é especialmente relevante em um campo complexo, em que a tomada de decisões estratégicas e a colaboração com diversas partes interessadas desempenham um papel importante. Por fim, espera-se a criação de um ambiente colaborativo, fundamentado na confiança e na geração de valor mútuo, além de um aprofundamento mais amplo sobre o mercado por meio de estudos técnicos existentes ou em desenvolvimento, aplicáveis na prática empresarial.


A transformação na cadeia de valores vai além de uma eficiente gestão de colaboradores e fornecedores, bem como da redução de custos. É crucial que essa transformação seja contínua, sustentável e alinhada à visão da empresa, visando mitigar riscos e melhorar, de maneira colaborativa, as práticas internas de compliance e ESG. Um pré-requisito crucial para isso é a maior centralização no desenho de políticas e processos, diferenciando-se da centralização da governança em si. As diretrizes podem ser estabelecidas para permitir que negócios e equipes operem de forma mais independente, possibilitando agilidade dentro de um conjunto estruturado de parâmetros. Dessa forma, é possível proporcionar liberdade dentro de uma estrutura, com escalonamento e envolvimento de grupos mais centralizados contribuindo efetivamente para a agregação de valor à operação.


Essa centralização, no entanto, não deve ignorar a estrutura corporativa e organizacional das empresas e a especificidade de seus negócios: a intenção é fazer uma alocação estratégica de recursos e de tecnologias em situações-chave. Com essa configuração, é possível combinar eficiência e agilidade à geração de insights valiosos para o processo decisório neste ambiente desafiador.


Publicado originalmente na data 29/01/2024.

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